sábado, 24 de outubro de 2009

De volta para casa

Embora tenhamos noção de moral cristã, pouco sabemos se o que temos feito está sendo feito da melhor forma que poderia. Não sei se acontece com vocês, mas penso nisso constantemente. O deixar de fazer o “mal” já não é suficiente; nossa espiritualidade e nossos irmãos precisam mais do que isso. Na verdade, não só nossos irmãos, mas nós também. Penso também que o tempo é curto e talvez demoremos muito para nos darmos conta disso. O que realmente Ele quer de nós e de que modo nos direcionamos através de ações para o que seria o certo?
Em muitos momentos, tenho a sensação de que poderia estar fazendo algo a mais. Talvez pelo fato de que me cobro bastante em certos aspectos, mas sinceramente penso assim: somos obra divina e de algum modo podemos ou não nos conectar a esse algo maior - seja Deus, Buda ou sei lá o que estiver do outro lado.
A verdade é que perdemos tempo nos envolvendo em coisas que não fazem sentido algum. Buscamos felicidade em momentos, em bens ou acontecimentos externos e dificilmente conseguimos olhar para nós e perceber o quanto deixamos de lado as pequenas grandes coisas. Um pequeno grande abraço, olhar, ou mesmo a palavra que toma grandes proporções quando é direcionada para ajuda honesta do outro.
Na minha percepção, a caridade é maior do que aquela comumente falada em ajudar os outros naquelas campanhas solidárias ou coisas do gênero. Não que isso não tenha valor, mas a maior e mais desafiadora caridade começa dentro de casa. Isso vale para mim porque aprendi a aprender com uma pessoa que eu tinha dificuldade de relacionamento em casa – meu pai. Vivíamos brigando por qualquer besteira e foi um GRANDE desafio para mim me dar conta que nas nossas diferenças podia aprender muito com ele.
Desse modo, eu sempre me questiono... qual a verdadeira caridade que temos praticado? Algumas vezes nos envolvemos em objetivos tão egoísticos que não nos permitimos sentir o amor divino nas nossas relações. Gritamos a importância de amor ao próximo, mas nas nossas relações mais íntimas criamos obstáculos para tudo baseados no que o outro faz ou deixa de fazer. Esquecemos que podemos nos entregar e evoluir constantemente se ouvirmos aquela voz interior que nos orienta para o bem.
Esse texto está sendo escrito sem muito pensar. É isso que realmente sinto constantemente. O algo maior – seja lá o que for – pode estar presente nas nossas vidas se soubermos preparar o terreno para que ele se manifeste. Se ainda existe alguma angústia interior, por favor, reavalie suas ações, pois provavelmente você esteja se afastando daquilo que te traz paz e tranqüilidade. E nunca estamos sozinhos nesse processo. Sempre há um caminho de volta para casa.
Nem sempre vamos conseguir ser o melhor que podemos ser, mas o ato de tentar já nos ajuda a desvendar e ampliar a consciência que desenvolvemos acerca de nós e da vida. Temos a oportunidade de aprender constantemente dependendo de como assimilamos as vivências pelas quais passamos. Quando bem assimiladas, elas se tornam em experiências que podem ser amadurecidas e repassadas aos que se aproximam de nós.
Como disse no início do texto tenho sempre a sensação de que o tempo é curto. Na medida do possível quero poder aprender e compartilhar aquilo que vivo. Entregar-se ao amor divino e percebê-lo no nosso dia a dia é, na minha visão, o primeiro largo passo para o crescimento nosso e dos que estão a nossa volta.

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